domingo, 22 de abril de 2018

"As startups é que lideram a revolução no campo brasileiro"

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .

Estamos começando de 2018  com esperanças renovadas .
Amigos intendam por favor o que eu estou oferecendo a todos os países .
Ideias inovadoras e sustentáveis para os setor elétrico mundial sem precisar de represas para gerar muita energia elétrica com total preservação do meio ambiente com zero impacto ambiental basta ter um pouco de água .

Fonte de informação .

G1 globo.com

ÉPOCA NEGÓCIOS .

"As startups é que lideram a revolução no campo brasileiro"

Francisco Jardim, da SP Ventures, defende que o Brasil está à frente de países como Israel e China na agricultura tropical - e que as agrotechs brasileiras estão levando as tecnologias para o campo
21/04/2018 - 12H48 - POR BARBARA BIGARELLI
Ideias;Tecnologia;Agronegócio;Fazenda vertical (Foto: Shutterstock)
Falar de tecnologia no agronegócio brasileiro é hoje falar de tecnologia de ponta - principalmente se o clima, em questão, for tropical. Mas não limite o seu pensamento a drones, monitoramento de satélites ou controles para gestão de pragas. Os algoritmos invadiram o campo - e a produção de muitas fazendas já é pautada e acompanhada com uso de big data e internet das coisas. A tecnologia blockchain também já chegou lá e tenta resolver um dos maiores entraves do setor, o financiamento do produtor. A visão é otimista, mas vem de Francisco Jardim, sócio da SP Ventures, que entende bem o assunto. 
O fundo paulista, criado em 2007, a partir de uma divisão do Criatec, do BNDES, ganhou reconhecimento do CB Insights como um dos mais ativos no setor de agricultura. Prospectar agrotechs é uma de suas missões e o portfólio inclui empresas como a AgroSmart, AgroNow, Bom Para Crédito e InCeres. Jardim defende que as startups brasileiras possuem condições para promover inovações em larga escala - baseadas em um ecossistema que conta com centros de pesquisa de referência, empreendedores engajados e produtores alfabetizados digitalmente. "Quem está levando todas as revoluções tecnológicas para o campo hoje são as startups", disse em entrevista à Época NEGÓCIOS
Qual o nível de inovação nesse mercado? Quanto o Brasil está à frente dos concorrentes?
É difícil olharmos para algo no Brasil e falar: "estamos na vanguarda, à frente de Israel ou China". Mas, quando falamos do agronegócio e principalmente do agronegócio tropical, a diferença é brutal. O Brasil está muito à frente - e conseguimos fazer isso com muito menos subsídio do que a Europa e os Estados Unidos. Conseguimos isso porque nossos centros de pesquisa e desenvolvimento são líderes no mundo, a ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós), da USP, figura de forma recorrente entre as cinco melhores universidades de ciências agronômicas do mundo. Além dela, temos a Unicamp, Universidade de Lavras, Universidade Federal de Viçosa, o Complexo Unesp (Botucatu e Jaboticabal), o campus da USP em Pirassununga, a Federal do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a Embrapa, entre outras. E temos uma estrutura que produz ciência de fronteira e que está acostumada a integrar e levar as soluções para o mercado privado. 
A inovação gerada no setor de agronegócio brasileiro engloba quais novas aplicações e tecnologias?
Quando fomos escolher startups para investir no início do fundo, mapeamos quais setores do agronegócio estão maduros para gerar uma ruptura tecnológica. Dividimos em seis áreas:  pecuária e agricultura; porteira para dentro e para fora; digital e biotecnologia e fomos a campo pesquisar e prospectar. Vimos muito uso de satélite para agricultura, internet das coisas (campo conectado a um satélite que recolhe dados em tempo real e transforma em inteligência agronômica), uso de drone, aplicações mobile, blockchain, produção agrícola em galpão (indoor farmer) e uso de biotecnologia (principalmente genética aplicada). Tudo sendo desenvolvido em centros de pesquisas e com empreendedores levando isso com modelos de negócio para o campo.
Como o blockchain está sendo utilizado no campo? 
Para ajudar a regular a relação que há entre as empresas e os produtores. Hoje, essa relação é regulada através do CPR (Cédula de Produto Rural) - trata-se de uma venda a termo, na qual o produtor, associação ou cooperativa de crédito emite um título para comercializar seus produtos. O CPR é hoje a maior fonte de financiamento do agronegócio, mas é um processo burocrático, exige idas e vindas ao cartório, coletas de assinaturas e, em alguns casos, demora até três meses para sair. E também é um processo exposto a várias fraudes. Uma startup em que investimos quer resolver isso ao fazer com que o processo de emissão do CPR seja todo digital. A Bart Digital desenvolveu uma plataforma para realizar as transações com uso blockchain. É fazer o papel do cartório, mas de forma segura, descentralizada e criptografada. Também permite que produtores menores recebam financiamento. Uma XP pode distribuir CPR para pessoas físicas, por exemplo. 
Você fala sobre inovações de startups porque é o que a SP Ventures busca para investir. Mas são as startups que estão liderando a revolução no campo? 
Pegue as revoluções tecnológicas, como blockchain e drones, e repare em quem está levando isso para o campo. Tem alguma grande empresa que está fazendo um projeto de blockchain no campo? Quem está levando inteligência (com algoritmos que transformam dados em projeção de produtividade em tempo real) e aplicação de satélite para o campo? São as startups. Todas as novas sequências de inovação vêm de empresas pequenas. 
E essas pequenas empresas têm condição que as soluções ganhem escala em um país da dimensão do Brasil? 
Claro que sim. A InCeres, empresa que usa computação em nuvem, é uma startup de Piracicaba que já é quase a líder de mercado em termos de processamento de imagem de solo. Está à frente de todas as multinacionais. Hoje, essas agrotechs não são conhecidas pelo público geral porque são muito focadas no agronegócio ou não são grandes e polêmicas. Mas os produtores conhecem. Se o Brasil tem potencial de criar grandes multinacionais globais como Monsanto, Google, Syngenta, isso vai acontecer no agronegócio. 
O que falta para chegarmos nesse patamar? É uma questão de tempo?
É uma questão de tempo. Imagine só. Há três, quatro anos, ninguém falava de agrotechs. Começaram a falar há dois anos e, em 2017, explodiu. De 2007 a 2014, recebemos 54 startups de agronegócio aqui. De 2015 a janeiro desse ano, recebemos 400. E a qualidade das 400 foi maior do que as 54. Esse ano está muito acelerado. Tem mais dinheiro hoje, há muitas pessoas que consideram empreender como opção de carreira e há uma série de revoluções tecnológicas que aconteceram no campo que viabilizaram o surgimento de startups. Hoje, há mais conectividade, penetração mobile e o produtor agrícola é alfabetizado digitalmente. 
Você disse que há dinheiro disponível no mercado para investir. De forma geral, o mercado de venture capital amadureceu no Brasil nos últimos anos? 
A gente chegou num novo nível de maturidade, usando como base o mercado em 2012, 2013. Temos fundos grandes que vieram, sobreviveram e ficaram. E que, apesar da turbulência econômica e política, investiram em empresas que hoje já estão despontando, como o Nubank, PSafe, Bom Para Crédito, Guiabolso, Creditas e 99. Acho que agora o Brasil criou uma esteira de produção para formar unicórnios [empresas que valem US$ 1 bilhão].
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