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ÉPOCA NEGÓCIOS
‘Congresso deve mostrar de que lado se encontra’, diz Moro sobre medidas contra corrupção
Juiz federal disse que não há pretensão de apresentá-las ‘como se fossem dez mandamentos’
24/10/2016 - 14H45 - ATUALIZADA ÀS 14H51 - POR AGÊNCIA O GLOBO
O juiz federal Sérgio Moro disse que o "Congresso deve mostrar eoo o que lado se encO juiz federal Sérgio Moro disse que o "Congresso deve mostrar em que lado se encontra"" em um evento sobre combate à corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira. De acordo com o juiz, é natural esperar que o Congresso aprove pelo menos algumas das Dez Medidas, se realmente estiver disposto a combater a corrupção sistêmica no país, acrescentando que não há a pretensão de apresentá-las “como se fossem dez mandamentos”. O projeto do Ministério Público Federal (MPF) sugere mudanças em leis penais e processuais que auxiliem o combate à corrupção e recebeu mais de dois milhões de assinaturas de cidadãos favoráveis à proposta.
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"Em outras palavras, sem querer ser maniqueísta ou outra coisa que o valha, é o Congresso mostrar em que lado se encontra nesta equação", disse o juiz federal.
Moro também disse que se assusta ao ouvir certas críticas sobre as medidas criadas pelo MPF já que em nenhum momento se exigiu que todas sejam aceitas sem contestação.
"Eu me assusto quando vejo algumas críticas como se o Ministério Público tivesse uma pauta autoritária em apresentar esse projeto. Pelo contrário, foi feito um projeto, no que eles acreditam que deve ser melhorado no sistema e foi colocado no Parlamento para ser discutido. Ninguém tem a pretensão de apresentar isso como Dez Mandamentos ou coisa que o valha", explicou o juiz.
Responsável pelos processo da Operação Lava-Jato em primeira instância, Moro concordou, no entanto, que algumas das medidas são polêmicas.
"Ninguém nunca imaginou discutir validação de confissão obtida sob tortura. Isso é um delírio. Mas se o problema é esse, tira essa parte, não me parece que é essencial."
Todas as medidas
Já o procurador Deltan Dallagnol, que falou antes de Moro, defendeu que as medidas devem ser aprovadas em sua totalidade, pois são complementares.
"De nada adianta uma punição adequada se demorar vinte anos", explicou o procurador.
Dallagnol também rebateu as críticas de que as medidas são para dar mais poder ao MPF.
"As dez medidas buscam trazer para o Brasil o que existe em países que são berços da democracia mundial", enfatizou o procurador.
Tanto Moro como Dallagnol foram bastante ovacionados pela plateia do evento, em sua maioria composta por participantes de grupos de combate à corrupção e alguns parlamentares.
Assim que entrou no plenário, Moro acenou para pessoas que gritavam "Viva Sérgio Moro". A mesma manifestação ocorreu ao término da apresentação do juiz. Os participantes também gritaram "Lula na cadeia" e "Fora Renan".
Dallagnol também foi bastante aplaudido, sobretudo por parlamentares, quando disse que o MPF não concorda com a tese de que todo político é corrupto.
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