segunda-feira, 17 de abril de 2017

José Serra teria recebido dinheiro em contas na Suíça

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ÉPOCA NEGÓCIOS


José Serra teria recebido dinheiro em contas na Suíça

Delator afirma que senador recebeu
em euro por meio de lobista; ele nega
17/04/2017 - 07H59 - ATUALIZADA ÀS 07H59 - POR AGÊNCIA O GLOBO
O ministro das Relações Exteriores, José Serra (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
O ex-executivo da Odebrecht Luiz Eduardo Soares disse, em delação premiada, que o senador José Serra (PSDB-SP) recebeu propina no valor de 1,59 milhão de euros e R$ 6,25 milhões no período de 2006 a 2009. O dinheiro teria sido pago em contas no exterior em três transferências. A primeira delas teria sido em 2006, no valor de 753,9 mil euros, referente à linha 2 do metrô de São Paulo. A segunda teria sido no ano seguinte, de 835,1 mil euros, pela construção do Rodoanel. A última teria sido paga em 2009, também em euros, mas o delator disse que só se lembrava da conversão do valor em reais, de R$ 6,25 milhões, pela obra da ligação Dutra-Carvalho Pinto.
No depoimento, Soares disse que o dinheiro foi todo pago por intermédio do lobista Amaro Ramos e que, na planilha da Odebrecht, o beneficiário era identificado como “vizinho” — o codinome de Serra na empreiteira. Os dois primeiros pagamentos teriam sido feitos para uma empresa de Los Angeles, nos Estados Unidos, de propriedade do lobista. Os depósitos teriam sido feitos no Cornèr Bank, da Suíça. O último pagamento teria sido feito a uma offshore, também em uma conta na Suíça.
"Ele (Serra) era o beneficiário final. Foi pago em favor de “vizinho”. Vizinho, no nosso sistema, era José Serra, porque ele era vizinho do Pedro Novis (ex-presidente da Odebrehct) em São Paulo", contou o delator.
Soares contou que, em 2011, foi procurado por Amaro Ramos e ouviu dele que estava tento “um problema com o Ministério Público da Suíça” para explicar os valores. A empresa do doleiro tinha sido alvo de uma operação de busca e apreensão, e ele precisava que a Odebrecht forjasse um contrato para justificar o repasse do dinheiro. Segundo o delator, a situação foi logo resolvida .
Por meio de sua assessoria, o senador disse que as afirmações do delator são falsas. Lembrou que, em 2006, Serra não era governador de São Paulo. “A obra do Rodoanel foi planejada, licitada e contratada antes de Serra assumir o governo do estado de São Paulo”, diz a nota. A assessoria também afirma que “a obra da ligação entre a Dutra e a Carvalho Pinto foi concluída muito antes de Serra ser governador”.
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