segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Cidade na China é governada por empresa

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .

Os Projetos EAS jamais se tornarão uma realidade por falta de recursos financeiros e lamentável  a inteligencia dos governantes mundias .
Todos estão em busca de alternativas sustentáveis para o setor elétrico mundial e não conseguem apresentar nada inovador que ironia .
Os Projetos EAS Energia Auto Sustentável sem utilização de represas e baixíssimo consumo de água ecologicamente correto com zero impacto ambiental .
Não tem limites único no mundo para os projetos totalmente inovador para gerar muita energia elétrica auto sustentável que poderá ser utilizado em muitos países basta ter um pouco de água com total preservação do meio ambiente , estamos perdendo um precioso tempo .
Projetos EAS precisa urgentemente de investidores vamos trabalhar juntos a nível mundial .
Porto Alegre RS Brasil .    

Fonte de informação .

G1 globo.com

ÉPOCA NEGÓCIOS

Cidade na China é governada por empresa

Em Huaxi, os 60 mil habitantes são acionistas de companhia de mesmo nome e têm US$ 150 mil no banco




24/12/2017 - 11H29 - ATUALIZADA ÀS 11H29 - POR AGÊNCIA O GLOBO
Huaxi, na China (Foto: Lawrence Wang/Wikipedia)
A cidade mais socialista da China é também a mais capitalista. Ou será o contrário? A cinco horas de trem-bala (mais 35 minutos de ônibus) de Pequim, Huaxi tornou-se célebre por ser reconhecida como a mais rica do país. Não tem pobres nem desemprego. Os seus 60 mil habitantes possuem pelo menos US$ 150 mil depositados no banco, casa, contas de luz e gás encanado pagas, ajuda para os gastos com educação e saúde (na China, diferentemente do Brasil, colégios e hospitais públicos não são gratuitos) e até uma verba para refeições. De quebra, ainda recebem gordos bônus sobre as ações que detêm do Grupo Huaxi, conglomerado do qual são os donos. Ao GLOBO, o prefeito Wu Xieen conta que a bonança e tantas regalias se explicam por um sistema de administração bem diferente dos modelos tradicionais, o que faz dele mais do que um prefeito. Isso porque acumula a função de diretor executivo do grupo.
A empresa surgiu em 1985, quase 15 anos depois de seu pai fundar a cidade a partir de 50 milhões de yuans que lhe foram oferecidos como propina. Em vez de embolsá-los — como milhares de corruptos que têm sido identificados no país até hoje —, usou o dinheiro para criar a cidade a partir de 20 vilas rurais reunidas em uma só, desenvolver a agricultura, acabando com a fome que persistia à época, e abrir a companhia, responsável, em boa medida, pelos recursos em caixa e a diversidade econômica local. Em 2007, Huaxi teve seu primeiro lucro líquido: dois bilhões de yuans (algo próximo de R$ 997 milhões) em linguagem empresarial. Trata-se de um superávit (diferença entre receitas e despesas), já descontados os milhões de yuans gastos em subsídios variados às famílias, no jargão da administração pública.
— Na prática, a administração da vila é separada da empresa. Temos o melhor do socialismo e do capitalismo. Para a construção e o desenvolvimento, usamos os ideais do socialismo. Para a parte econômica, as regras de mercado. O socialismo tem o problema de sempre ter promovido tudo igual. E o capitalismo, o trabalho só para si e não para o público — afirma o prefeito, em uma entrevista de quase duas horas, numa sala de reuniões do melhor hotel da cidade, no último andar do prédio, onde está exposto o touro que é o símbolo de Huaxi, feito com uma tonelada de ouro e outras duas de cobre.
Salários pagos por conglomerado
O grupo é dono do luxuoso hotel cinco estrelas Long Wish (a oitava torre mais alta da China), onde aconteceu a entrevista, tem o monopólio do setor de construção e investimentos no exterior, entre eles uma parceira numa fundação científica nos Estados Unidos. Do alto, veem-se as longas fileiras de casas luxuosas construídas para a população. Em geral, imóveis de dois andares, em ruas arborizadas, com cerca de 500 metros quadrados, traços bem ocidentais e até piscina. Trata-se de uma vida confortável, acima da média do resto do país. São todos “funcionários” dessa grande empresa, que opera sobre as regras capitalistas, de mercado. Ganha mais quem trabalha mais.
— Ninguém quer trabalhar menos, porque se sentirá envergonhado diante dos outros — garante Wu Xieen, que também é um influente membro do Partido Comunista chinês, eleito deputado em 2012 e 2017.
Os salários são pagos pelo conglomerado, que tem negócios em setores variados da economia e ações cotadas na Bolsa de Valores de Shenzhen. O prefeito enumera os vários projetos internacionais do grupo, entre plataformas de petróleo no Sudeste Asiático, cooperação agrícola com o Japão e até mineração na África. Diz-se interessado pelo Brasil pela relevância do país no grupo do Brics (formado ainda por Rússia, Índia, China e África do Sul), mas se queixa da falta de interação entre empresários.
Sem regalias para quem é de fora
Quem nasce em Huaxi é acionista do grupo (a família do prefeito detém 0,43% do capital total), recebe bônus e pode reinvestir seus papéis. As casas são vendidas aos cidadãos locais pelo preço de custo. Só compra pelo valor de mercado quem não é dali. E há bastante gente nas imediações que tenta tirar uma casquinha dos ares abastados, prestando serviços para a companhia. Vêm de vilarejos próximos com o sonho de ter acesso ao mesmo que os moradores de Huaxi. Mas não vão ter, garante o prefeito.
Quem sai de lá, ou abre a sua própria empresa, perde os benefícios. A ideia é garantir o bem-estar de todos e não permitir que uns acumulem muito mais do que outros. Na entrada da cidade, o Porsche cor de abóbora confirma que o padrão de vida local é alto. Há cinco anos, Huaxi atingiu a meta de renda per capita mínima estipulada pelo governo para ano de 2020.
O bem-estar também se reflete na ostentação de símbolos de gosto duvidoso, considerados artificiais por muitos chineses. O parque da cidade, além de um imenso lago com uma longa ponte (na verdade, uma exposição de vários estilos de pontes chinesas), tem uma réplica do Arco do Triunfo e da ópera de Sidney. Há ainda uma cópia mais modesta da Grande Muralha da China, que não passa por ali originalmente, e da Praça da Paz Celestial de Pequim.
O status exato de Huaxi é de vila-cidade, uma coisa rara para o país. É chamada assim por ter todas as facilidades de uma cidade, sem sê-lo tecnicamente (tem dimensões e população modestas para padrões nacionais). Ninguém precisa sair dali para fazer compras ou ir ao cinema.
— Moro aqui há 17 anos, mas, como não nasci aqui, não tenho os direitos de quem é daqui de verdade. Tenho um bom emprego como motorista. Trouxe para cá minha família e não pretendo sair — disse um motorista da cidade.
No entorno, pobreza
Pouco antes da entrada da vila, prédios maltratados, que, de tão pequenos, obrigam os moradores a criar galinhas e patos e a improvisar seus canis no outro lado da rua, na beira do rio — com vista para as belas casas dos moradores de Huaxi — mostram as persistentes desigualdades para além da bolha de conforto criada nesta área rural do país. O prédio caindo aos pedaços abriga alguns funcionários do hotel de Huaxi, comenta um transeunte.
Huaxi é motivo de interesse não só de chineses como de estrangeiros. Semana passada, desembarcou lá uma delegação de Moçambique. E também virou point de turistas nacionais. Eles querem entender a experiência de sucesso que Huaxi tem ostentado até agora. O prefeito afirma que se trata de um projeto de longo prazo, com árvores plantadas para viver mais de 100 anos, assim como a jovem vila de apenas 46 anos. Se em 1971 tinha pouco menos de um quilômetro quadrado e uma população de 600 pessoas, hoje tem 35 quilômetros quadrados e 60 mil habitantes.
— Vi muitas cidades que tiveram o seu boom, despontaram, depois decaíram. Estamos falando aqui de um projeto de longo prazo — destaca Wu Xieen, no comando da administração desde 2003, depois de cinco reeleições (o mandato é de três anos).
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