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Delator diz que corrupção no TCE pagou cerca de R$ 900 mil em despesas de Pezão
Governador negou ter recebido dinheiro ilícito ou autorizado alguém a receber: 'Mentira deslavada', disse ao G1. Filho de Jonas Lopes acusou subsecretário de Comunicação de receber a verba.
Em delação premiada, o advogado Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas Lopes, acusa o subsecretário de Comunicação do estado, Marcelo Santos Amorim, de recolher dinheiro de propina para despesas do governador Luiz Fernando Pezão. As informações foram divulgadas no RJTV nesta segunda-feira (3).
Jonas Lopes Neto disse que ouviu a afirmação do próprio subsecretário, conhecido como Marcelinho. Segundo o delator, Marcelinho apresentou uma anotação indicando que teria arrecadado quase R$ 900 mil junto a empresas de alimentação, mas que teria usado a quantia para pagamento de despesas do governador.
Marcelo Santos Amorim é casado com uma sobrinha de Pezão e foi levado coercitivamente para depor durante a Operação Quinto do Ouro, em que foram presos cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
Pezão nega
O governador Luiz Fernando Pezão reafirmou que desconhece o teor das investigações e negou ter recebido valores ilícitos ou autorizado qualquer pessoa a receber. O governador disse ainda que continua à disposição da Justiça para esclarecimentos.
Ao G1, Pezão repudiou as delações e disse que a informação do recebimento dos R$ 900 mil é uma "mentira deslavada".
O subsecretário de comunicação do estado, Marcelo Santos Amorim, disse que prestou todos os esclarecimentos à Polícia Federal e que repudia as declarações mentirosas imputadas a ele.
A equipe de reportagem não conseguiu falar com as outras pessoas citadas na reportagem.
Pagamento a desembargador
Jonas Lopes Neto cita também o pagamento de propina a um desembargador quando fala do trabalho da CPI da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). De 2009 a 2010, os deputados investigaram denúncias de corrupção envolvendo conselheiros do Tribunal de Contas. A CPI não deu resultados.
Na CPI, Jonas Lopes diz na delação que ouviu dizer que o conselheiro José Gomes Graciosa teria ajustado vantagem indevida com um desembargador do Tribunal de Justiça para obter decisão liminar que impedisse o prosseguimento da investigação da Alerj em relação a ele e afirma também que não se recorda o nome do desembargador.
O RJTV consultou o site do Tribunal de Jusitça pra saber qual magistrado concedeu a decisão favorável. A primeira liminar que impedia a CPI de investigar José Gomes Graciosa foi assinada pelo desembargador Luiz Leite Araújo em 6 de março de 2009. A medida foi estendida a outros dois conselheiros no mesmo mês: Jonas Lopes e José Nader, que já deixou o TCE.
Em 16 de dezembro do mesmo ano, o desembargador Nascimento Povoas foi relator de uma ação que pedia que o cancelamento dos depoimentos dos conselheiros. Ele apresentou um relatório e o cancelamento foi aprovado. O orgão especial do Tribunal de Justiça referendou a decisão.
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