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01/10/2016 07h00 - Atualizado em 01/10/2016 07h00
Petróleo segue abaixo de US$ 50 há mais de 1 ano; veja impactos
Média mensal do preço do Brent completou 13 meses abaixo de US$ 50.
Nesta semana, Opep chegou a acordo sobre produção.
Darlan Alvarenga e Karina TrevizanDo G1, em São Paulo
O preço do petróleo segue abaixo da barreira dos US$ 50. Em setembro, a média do preço do barril do Brent ficou em US$ 46,19, segundo a Tendências Consultoria. Com isso, o preço completou 13 meses abaixo de US$ 50, e exatamente 2 anos abaixo de US$ 100, considerando a média mensal.
Nesta semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – grupo de 12 países produtores de petróleo, a maioria no Oriente Médio – chegou a um acordo para cortar a produção de petróleo em 5%, após negociações tensas em meio a atritos entre Irã e Arábia Saudita. O corte na produção é o primeiro do gênero desde 2008.
O acordo fez com que os preços do petróleo passassem a subir em um efeito imediato, mas, logo em seguida, investidores passaram a questionar se a medida será suficiente para reverter o excesso de oferta.
O acordo prevê um corte na produção para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, ante a atual produção de 33,24 milhões, segundo a agência Reuters. O quanto cada país vai produzir deverá ser decidido na próxima reunião formal da Opep em novembro.
Veja perguntas e respostas sobre a queda do petróleo e entenda os efeitos no Brasil:
O preço do petróleo está no menor patamar do ano?
Não. Em janeiro de 2016, o preço do petróleo chegou a ficar de US$ 30 por barril, no menor valor desde 2004.
Na ocasião, o que assustou o mercado foi um intenso e inesperado aumento nos estoques de gasolina dos Estados Unidos. Além disso, tensões geopolíticas após o anúncio de um teste de bomba de hidrogênio pela Coreia do Norte contribuíram para o tombo dos preços no começo do ano.
Ao mesmo tempo, a perspectiva de demanda menor da Europa e da Ásia devido ao menor crescimento da economia no mundo também vem contribuindo para a queda.
Não. Em janeiro de 2016, o preço do petróleo chegou a ficar de US$ 30 por barril, no menor valor desde 2004.
Na ocasião, o que assustou o mercado foi um intenso e inesperado aumento nos estoques de gasolina dos Estados Unidos. Além disso, tensões geopolíticas após o anúncio de um teste de bomba de hidrogênio pela Coreia do Norte contribuíram para o tombo dos preços no começo do ano.
Ao mesmo tempo, a perspectiva de demanda menor da Europa e da Ásia devido ao menor crescimento da economia no mundo também vem contribuindo para a queda.
De que forma a baixa do petróleo afeta o Brasil?
A queda da cotação internacional diminui a arrecadação dos royalties sobre a produção, afetando a receita das prefeituras e estados produtores. Além disso, o Brasil continua dependente da importação de combustíveis para atender a demanda interna.
A queda da cotação internacional diminui a arrecadação dos royalties sobre a produção, afetando a receita das prefeituras e estados produtores. Além disso, o Brasil continua dependente da importação de combustíveis para atender a demanda interna.
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Desde 2011, o país voltou a consumir mais do que produz, perdendo a autossuficiência, comemorada pela Petrobras e pelo governo em 2006, quando a produção de petróleo se equiparou ao volume de derivados consumidos à época no país.
Com o petróleo em queda, por que o preço da gasolina não cai no Brasil?
Com a queda do preço do petróleo, a Petrobras passou a vender os combustíveis acima dos valores de referência internacional. Segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço da gasolina e do diesel nas refinarias nacionais está há 12 meses acima do exterior.
Diferentemente do mercado internacional, a Petrobras fixa a seu critério e do controlador (o governo brasileiro) os preços dos combustíveis, com o argumento de buscar evita transmitir volatilidade ao consumidor.
Mantendo os preços mais altos nas refinarias, a estatal busca compensar as perdas de receita com extração – e recupera perdas ao longo de 2014, quando manteve os preços abaixo dos internacionais, para evitar repasse à inflação.
Com a queda do preço do petróleo, a Petrobras passou a vender os combustíveis acima dos valores de referência internacional. Segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço da gasolina e do diesel nas refinarias nacionais está há 12 meses acima do exterior.
Diferentemente do mercado internacional, a Petrobras fixa a seu critério e do controlador (o governo brasileiro) os preços dos combustíveis, com o argumento de buscar evita transmitir volatilidade ao consumidor.
Mantendo os preços mais altos nas refinarias, a estatal busca compensar as perdas de receita com extração – e recupera perdas ao longo de 2014, quando manteve os preços abaixo dos internacionais, para evitar repasse à inflação.
Mas a Petrobras também sofre com a desvalorização do petróleo, porque diminui a rentabilidade dos projetos de exploração no pré-sal, que foram planejados levando em conta um preço mínimo do barril ao redor de US$ 45 para a produção poder ser considerada economicamente viável.
Quais são os mais prejudicados pela queda dos preços e quem sai ganhando?
Alguns países têm sofrido mais com a redução dos preços do petróleo, sobretudo Venezuela, Rússia e Irã, em razão do grande peso das exportações da commodity em suas economias.
Os países que lucram com a queda dos preços do petróleo são os grandes importadores e dependentes do petróleo, como Filipinas e China, que podem aproveitar os preços baixos para impulsionar o crescimento econômico ou reverter a desaceleração.
Alguns países têm sofrido mais com a redução dos preços do petróleo, sobretudo Venezuela, Rússia e Irã, em razão do grande peso das exportações da commodity em suas economias.
Os países que lucram com a queda dos preços do petróleo são os grandes importadores e dependentes do petróleo, como Filipinas e China, que podem aproveitar os preços baixos para impulsionar o crescimento econômico ou reverter a desaceleração.
Trabalhadores observam plataforma de perfuração na Rússia (Foto: Sergei Karpukhin / Reuters)
Se há excesso de petróleo no mercado e o preço está caindo, por que a produção demora a ser reduzida?
No dia 28 de setembro, a Opep alcançou um acordo para reduzir sua produção de petróleo. O corte na produção é o primeiro do gênero desde 2008. O quanto cada país vai produzir deverá ser decidido na próxima reunião formal em novembro. Mas, mesmo após o acordo, investidores questionam se a redução na quantidade de petróleo produzida seria suficiente para reequilibrar um mercado mundial com grande excesso de oferta da commodity.
Os países da Opep haviam recusado, em novembro de 2014, a reduzir seu teto de produção, independentemente do preço no mercado internacional. Um dos objetivos seria desestimular a produção do xisto (um substituto do petróleo) nos Estados Unidos, cuja extração é mais cara.
A Opep culpa o grande aumento da produção de óleo de xisto pelos baixos preços do petróleo e tem mantido sua produção recorde, numa estratégia para impedir que o petróleo retirado do xisto conquiste mais mercados.
No dia 28 de setembro, a Opep alcançou um acordo para reduzir sua produção de petróleo. O corte na produção é o primeiro do gênero desde 2008. O quanto cada país vai produzir deverá ser decidido na próxima reunião formal em novembro. Mas, mesmo após o acordo, investidores questionam se a redução na quantidade de petróleo produzida seria suficiente para reequilibrar um mercado mundial com grande excesso de oferta da commodity.
Os países da Opep haviam recusado, em novembro de 2014, a reduzir seu teto de produção, independentemente do preço no mercado internacional. Um dos objetivos seria desestimular a produção do xisto (um substituto do petróleo) nos Estados Unidos, cuja extração é mais cara.
A Opep culpa o grande aumento da produção de óleo de xisto pelos baixos preços do petróleo e tem mantido sua produção recorde, numa estratégia para impedir que o petróleo retirado do xisto conquiste mais mercados.
Quais são as dificuldades do acordo de redução da produção?
As tensões entre a Arábia Saudita e o Irã se destacam entre as principais dificuldades de acordo na Opep com o objetivo de reduzir a oferta para recuperar os preços.
As economias dos dois países dependem fortemente do petróleo. Mas, segundo a Reuters, em um cenário pós-sanções, o Irã está sofrendo menos pressão dos preços do petróleo que caíram pela metade desde 2014 e pode expandir sua economia em quase 4% neste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
As tensões entre a Arábia Saudita e o Irã se destacam entre as principais dificuldades de acordo na Opep com o objetivo de reduzir a oferta para recuperar os preços.
As economias dos dois países dependem fortemente do petróleo. Mas, segundo a Reuters, em um cenário pós-sanções, o Irã está sofrendo menos pressão dos preços do petróleo que caíram pela metade desde 2014 e pode expandir sua economia em quase 4% neste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Já a Arábia Saudita, ainda de acordo com a Reuters, enfrenta o segundo ano de déficit no orçamento após um rombo recorde de US$ 98 bilhões – uma economia estagnada e está sendo forçada a cortar os salários de funcionários do governo.
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