quarta-feira, 6 de junho de 2018

O custo oculto do subsídio

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .

Estamos começando de 2018  com esperanças renovadas .
Amigos intendam por favor o que eu estou oferecendo a todos os países .
Ideias inovadoras e sustentáveis para os setor elétrico mundial sem precisar de represas para gerar muita energia elétrica com total preservação do meio ambiente com zero impacto ambiental basta ter um pouco de água .

Fonte de informação .

G1 globo.com

MUNDO

BLOG DO HELIO GUROVITZ

O custo oculto do subsídio

É uma péssima ideia tentar reduzir à força o preço do diesel e da gasolina na bomba

Por Helio Gurovitz
 
O preço do diesel começou a cair nas bombas (na imagem, posto em São Carlos). A conta será paga por outros setores prioritários, como saúde, educação e infra-estrutura (Foto: Reprodução/EPTV)O preço do diesel começou a cair nas bombas (na imagem, posto em São Carlos). A conta será paga por outros setores prioritários, como saúde, educação e infra-estrutura (Foto: Reprodução/EPTV)
O preço do diesel começou a cair nas bombas (na imagem, posto em São Carlos). A conta será paga por outros setores prioritários, como saúde, educação e infra-estrutura (Foto: Reprodução/EPTV)
Está em curso no país uma retomada do controle de preços e de subsídios ao setor dos combustíveis, cujas consequências serão péssimas para a economia.
Tudo começou com a greve dos caminhoneiros, que levou o governo a tentar reduzir o preço do diesel. O Congresso discute hoje um projeto que grava em lei várias outras reivindicações deles.
As medidas já adotadas incluem o tabelamento do frete, a “fiscalização” do preço final na bomba e, depois da queda de Pedro Parente da presidência da Petrobras, prometem se estender à gasolina e ao gás de cozinha. O governo anunciou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) será responsável por controlar prazos de reajustes da gasolina, ao contrário do que ocorria na gestão Parente.
O novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, se dispôs a colaborar. Afirma que, apesar disso, as flutuações internacionais serão repassadas aos preços. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, negou cogitar um subsídio à gasolina. Mas o fantasma voltou a assombrar o mercado.
Não há como negar o fracasso da política de reajustes diários da Petrobras. O risco, porém, é forçar a mão na direção oposta. Obrigar a empresa a vender mais barato no Brasil, em vez de exportar, reduz sua capacidade de investir e traz de volta prejuízos que, não custa lembrar, acumularam absurdos R$ 56,5 bilhões em 2014 e tornaram sua dívida insustentável (para comparar: a Petrobras reconheceu perdas da ordem de R$ 6 bilhões com corrupção).
Ainda que a Petrobras não pague a conta, a mera redução artificial de preços já impõe distorções ao mercado, por favorecer o uso do combustível fóssil mais poluente (montadoras recorreram a fraudes para mascarar a poluição do diesel nos Estados Unidos e na Europa), desestimular investimentos em energias alternativas (até da própria Petrobras) e aprofundar nossa dependência do petróleo, cujas flutuações sofrem mais influência de Irã e Venezuela que das nossas estradas.
É verdade que houve, no governo Dilma Rousseff, um esforço de modernização da frota de caminhões para um padrão menos poluente, por meio de financiamento a juros subsidiados. O efeito colateral foi o aumento na oferta de transporte, com a consequente queda nos fretes. Fora a alta no diesel, os custos do setor subiram 4% acima da inflação desde 2016, segundo uma análise do economista Bráulio Borges.
Mas um subsídio ao setor, cujo impacto no Orçamento soma R$ 13,5 bilhões no caso do diesel e poderia chegar a R$ 30 bilhões para gasolina e gás de cozinha, é a pior resposta à questão. Mesmo aqueles que defendem uma nova política de preços, como o ex-ministro da Fazenda de Dilma, Nelson Barbosa, reconhecem as dificuldades.
“Em economia, os preços devem seguir as condições de mercado, pois assim se obtém a melhor alocação de recursos e eficiência produtiva”, escreveu Barbosa no blog do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV). Ele sugere a adoção, para os combustíveis, de um modelo semelhante ao adotado no mercado de câmbio, onde contratos conhecidos tecnicamente como "swap" ajudaram a suavizar a transição de preços fixos para flutuantes.
“O mesmo princípio deveria ser adaptado ao caso dos combustíveis”, diz Barbosa. “Em paralelo, o próximo governo deveria investir mais na redução de nossa dependência de fontes não renováveis de energia, bem como melhorar a segurança do abastecimento nacional, com menor dependência do modal rodoviário. Todos os Presidentes têm tentado isso nos últimos vinte anos, e a prioridade continua a mesma.”
O principal problema dos subsídios é favorecer uma categoria à custa de outras áreas prioritárias, como educação, saúde e, para desespero dos caminhoneiros, infra-estrutura. O Brasil precisaria investir no mínimo 131% a mais do que investe hoje (0,9% do PIB) para modernizar o setor de transporte, segundo um novo estudo da consultoria Olyver Wyman. Pagar menos pedágio e estimular o fluxo de veículos pesados deteriorando estradas não parece a melhor forma de fazê-lo.
Há no ar um aroma conhecido de quem viveu os anos 1980. O temor é a volta não apenas da manipulação política do preço do combustível do governo Dilma, mas até mesmo dos “fiscais do Sarney” nas bombas. O dólar atingiu sua maior cotação em dois anos. As prévias demonstram a retomada da escalada inflacionária em maio. Tornou-se praticamente certa a alta do juro em junho.
No cenário eleitoral, Jair Bolsonaro desponta como favorito. O “centro” político se mostra incapaz de apresentar um candidato viável para derrotá-lo, à direita, ou Ciro Gomes, à esquerda. A incerteza leva todos a assumir atitude de cautela. O mercado age por expectativa. E as expectativas depois da greve dos caminhoneiros pioraram.
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