ORDEM E PROGRESSO .
ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .
Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .
Estamos começando de 2018 com esperanças renovadas .
Amigos intendam por favor o que eu estou oferecendo a todos os países .
Ideias inovadoras e sustentáveis para os setor elétrico mundial sem precisar de represas para gerar muita energia elétrica com total preservação do meio ambiente com zero impacto ambiental basta ter um pouco de água .
Mas sozinho e sem dinheiro jamais conseguirei .
Estou aqui para tira qualquer duvida estamos perdendo um precioso tempo eu já estou com 60 anos de idade .
Porto Alegre 04/01/2018 09:39 horas .
RGS Brasil .
ACORDA BRASIL MUDA .
Fonte de informação .
G1 globo.com
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Brasil no seu dia a dia .
Com a destruição das florestas brasileiras diariamente tudo só ira piorar .
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G1 globo.com
'Temos de sair do cheque especial da água', diz especialista; leia entrevista
Samuel Barrêto estará em Brasília para o Fórum Mundial da Água, em março. Ele alerta para a 'armadilha do nível do reservatório' e aponta como a sociedade deve contribuir para evitar que o cenário piore.
Por Braitner Moreira, G1 DF
Você fecha a torneira para escovar os dentes? Toma banhos mais curtos do que estava acostumado há 10 anos? Evita lavar o carro com tanta frequência? Parabéns. Chegou a hora de dar um passo adiante para ajudar a economizar água.
"Ninguém sozinho vai resolver uma questão tão complexa como a da água. Temos de trabalhar em plataformas coletivas", alerta o gerente nacional de água da organização não governamental The Nature Conservancy (TNC), Samuel Barrêto, em entrevista ao G1.
Na conversa, ele fala sobre a tradicional ocupação irregular do solo no Distrito Federal, afirma que o Brasil já está "nos juros do cartão de crédito" da água e precisa tomar medidas de longo prazo para "manter a questão discutida de forma permanente" (leia a entrevista completa abaixo).
Barrêto é uma das principais autoridades do Brasil a respeito do assunto. Biólogo formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) com MBA em Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), o especialista coordenou por 10 anos o programa Água para a Vida da WWF e participou da elaboração do primeiro Plano Nacional de Recursos Hídricos.
O gerente nacional da TNC estará em Brasília daqui a exatamente um mês, na abertura da oitava edição do Fórum Mundial da Água. Autoridades de mais de 100 países vão se reunir na capital para discutir sustentabilidade e inovação a respeito do principal tema das conversas do morador do DF nos últimos meses: água.
Leia, abaixo, a entrevista:
G1: O Fórum Mundial da Água espera 30 mil representantes de 100 países. O que cada um deles terá de fazer, individualmente, para transformar o evento em algo que tenha impacto real na vida do brasileiro?
Samuel Barrêto: Uma ideia importante é a de levar a agenda da água não só para o especialista, mas para o cidadão comum. Temos que traduzir o que significam as coisas no dia a dia com a água. Isso passa pela revisão das nossas atitudes e do nosso comportamento. É a mesma coisa de um fumante. Hoje, é difícil ter alguém que não saiba do impacto da saúde que o cigarro traz.
"Da tomada de consciência para mudança de hábito, há um percurso. E, hoje, a nossa consciência ainda não se traduz em hábitos."
Não basta resolver em casa, é importante cobrar os demais para que façam a mesma coisa. O Brasil tem uma das leis mais modernas sobre água do mundo, que completou 21 anos, mas é preciso que essa lei seja bem implementada. Para isso, é preciso trazer esse debate para o centro das decisões, pois ele afeta toda a sociedade. Está na agricultura, na segurança alimentar, no desenvolvimento regional, no bem estar social, na geração de energia, no lazer.
Todo o nosso dia a dia é regido por água, mas nossa cultura ainda é muito perniciosa. Usamos um elemento tão essencial para a vida com bastante desperdício. É essa cultura que precisa ser cortada. É isso que o fórum pretende deixar como legado para a sociedade brasileira (leia mais sobre o lançamento do Fórum Mundial da Água).
G1: Existe uma receita para a transformação da consciência em hábito?
Barrêto: O elemento água não merece atenção só agora, durante um momento em que se tem uma crise hídrica. É um tema que veio para ficar, é uma necessidade urgente que merece e precisa de uma atenção especial de toda a sociedade.
Não sei se é receita, mas uma questão fundamental é que a sociedade veja valor nesse tipo de discussão. Temos de quebrar aquela cultura de que todo recurso natural no Brasil existe em abundância. Ainda que o Brasil tenha a maior reserva hídrica do planeta, com quase 14% de toda a água disponível no mundo, ela está distribuída de maneira desigual.
Essa escassez costuma gerar conflito. É o que aconteceu em São Paulo durante a crise hídrica, é o que está acontecendo no Distrito Federal e é o que o Nordeste enfrenta pelo sétimo ano. A sociedade precisa adotar um comportamento melhor, desde um hábito simples, como fechar a torneira ao escovar os dentes, até um papel mais cidadão, na cobrança de implementação de políticas mais modernas de utilização de água. Sem essa pressão, é difícil avançar.
G1: E como fazer essa cobrança? Estamos suficientemente maduros para cobrar políticas públicas para a água?
Barrêto: Eu acho que sim, tem coisas interessantes no Brasil. A sociedade começa a rejeitar de forma muito intensa, por exemlo, a exploração infantil, seja de trabalho, seja sexual. É esse tipo de comportamento que temos de ter também com a água. Não basta rejeitar, temos de encontrar uma prática propositiva para o cuidado com a água.
Se você vai a Londres em uma sexta-feira à noite, você vê pessoas se arrastando embriagadas, mas é difícil ver alguém dirigindo. Aqui, a gente ainda aceita isso enquanto sociedade. Então são mecanismos de cidadania que precisam ser fomentados. Como você desenvolve isso? Com campanhas permanentes, com reforço de ações de governos, da sociedade e da mídia.
"Não adianta sentar e esperar que o governo faça sozinho a parte dele. A sociedade é parte fundamental da resolução."
Temos de manter a questão da água discutida de forma permanente. Tendemos a nos mobilizar pelo risco, como ocorreu em São Paulo e em Brasília. Agora, começamos a ver certo afrouxamento porque o reservatório principal do Distrito Federal chegou a 50%. Parece que "opa, resolvemos o problema". E não resolvemos. Essa é uma armadilha que corremos ao olhar só para o curto prazo.
G1: Se um completo leigo no assunto, como nossos pais ou avós, quiser ter informações sobre esse tema além do que é publicado na mídia, o que deve fazer?
Barrêto: Várias ONGs, hoje, tratam da questão da água. Também há uma preocupação recente dos órgãos públicos em traduzir a informação de uma maneira mais palatável. É mais ou menos como aquela música do Djavan: é mais fácil ler japonês em braile do que entender o assunto.
"Muitas vezes, a gente fala de uma forma muito difícil e a nossa avó não consegue entender."
Dá para notar um esforço muito grande da esfera pública em traduzir melhor o que significa isso, como participar e como agir no dia a dia. A TNC tem um trabalho muito forte nisso, várias outras ONGs de meio ambiente e educação têm feito conscientização. A Organização das Nações Unidas (ONU) cria relatórios acessíveis, a Agência Nacional de Águas (ANA) traduz isso para a sociedade. Ainda há um percurso, mas temos melhorado bastante.
G1: De que forma o público mais jovem tem visto o problema da água?
Barrêto: Muitos usam o discurso de que o jovem é alienado, mas, por outro lado, temos participações interessantes da juventude. Eles têm outros mecanismos de comunicação e podem participar de forma ativa. Muitos querem fazer algo de forma concreta. Temos um desafio de saber engajá-los.
Em São Paulo, o susto criou coisas muito interessantes no sentido da criatividade e da inovação. Ficou evidente que a gente usava mais água do que era necessário. Esse processo de inovação precisa continuar.
Isso varia também, é claro, de região para região. No semiárido, por exemplo, muitas vezes a coisa mais importante que uma família tem nem é a casa. É a cisterna. A água é um bem fundamental, o morador sabe exatamente o valor que cada gota d'água representa na vida dele.
"Todo mundo entende o que é entrar no cheque especial. Hoje, já estamos nos juros do cartão de crédito da água, e eles são impagáveis."
Precisamos equilibrar a balança da demanda com a oferta, é fundamental sairmos desse cheque especial da água. Hoje, estamos usando mais recursos do que a natureza é capaz de dar de retorno.
G1: Falando especificamente da situação de Brasília, como você avalia as estratégias utilizadas pelo governo do DF nos últimos anos para enfrentar a crise hídrica?
Barrêto: A primeira medida foi evitar o "dia zero". Isso era fundamental. Depois, foi criado o rodízio de distribuição de água. Foi importante a participação da sociedade, percebendo que não precisa mais usar tanto quanto usava.
Essas medidas foram bem utilizadas, depois se buscou uma fonte de água alternativa, no Lago Paranoá. Essas são as medidas de curtíssimo prazo. É importante ter medidas de longo prazo para tratar de uma situação tão difícil, com a precipitação média caindo nos últimos anos e o aumento consistente da população. Precisamos de respostas diferentes em múltiplas escalas para problemas diversos.
G1: Sua ONG, a TNC, está no projeto que tem conseguido melhorar a qualidade do córrego do Pipiripau, na região norte do Distrito Federal. Qual é o balanço até agora?
Barrêto: O que temos visto no Pipiripau é que as ações dão certo quando você ajuda o proprietário rural a manejar melhor o uso da terra, implementando melhores práticas agrícolas, recuperando áreas importantes, não desmatando e gerando estímulos econômicos. Agora, as mesmas ações começam a ser desenvolvidas na bacia do Descoberto, que é o principal reservatório do Distrito Federal.
Mesmo no Pipiripau, onde há uma iniciativa muito interessante e bem-sucedida, com a intensificação da crise hídrica tivemos o momento de cortar a água do canal do trabalhador para conseguir irrigar uma área fundamental para o abastecimento de comida no Distrito Federal. Hoje, não existe mais a produção de água do passado, suficiente para abastecer Planaltina e Sobradinho e gerar produção de alimentos.
G1: O brasiliense, agora, acompanha diariamente a evolução do índice dos reservatórios de água. Como ir além disso?
Barrêto: Até choveu mais do que a previsão da Adasa, que esperava que chegasse a 50% no fim de março, mas hoje já passou disso. Ainda assim, não podemos ficar na armadilha do nível do reservatório e achar que tudo estará resolvido depois que continuar enchendo.
A taxa de crescimento do DF e do Entorno ainda é bastante alta, é importante organizar o uso e a ocupação do solo. E, nesse arranjo, temos de ter o engajamento de um ator chave, que é o proprietário rural, pois 80% das terras da bacia do Descoberto são rurais. Sem a participação deles, é difícil ter uma resposta duradoura.
"O reservatório é a menor área dentro de uma bacia hidrográfica. A gente tem de olhar para os rios, os córregos, as nascentes, e recuperar essas áreas."
Precisamos evitar que o solo seja perdido para a erosão e evitar que a água se perca pelo escoamento superficial na época das chuvas, arrasando tudo pela frente. É importante que a água infiltre e reduza a diferença que existe entre o período de seca e de cheia. Se a água infiltrar bem pelo subterrâneo, ela vai voltar no período de seca.
A crise é um sinal amarelo piscando para o risco de falta de água, mas, por outro lado, acende uma janela de oportunidade para a implementação de boas práticas. Elas não são simples nem de curto prazo, mas precisam ser feitas.
G1: E qual cidade é o melhor exemplo a seguir?
Barrêto: Em larga escala, a gente sempre usa o caso de Nova York, que protegeu seus mananciais. Era muito mais barato tratá-los do que usar mananciais cada vez mais distantes. Foi feito um plano de água e se investiu US$ 1,5 bilhão, evitando gastar US$ 8 bilhões com a água que precisaria de tratamento químico ou que seria buscada cada vez mais longe.
No Brasil, a gente tem Extrema, uma Nova York mineira, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Eles, além de compensarem todo seu impacto de uso de água e energia, têm um excedente de geração de água e de serviços ambientais que podem ser exportados. Isso é uma ferramenta de desenvolvimento econômico. Extrema foi escolhida pela Firjan o melhor cidade brasileira em qualidade de vida e tem atraído investimentos por essa razão. A gente pretende amplificar esse modelo.
"O ambientalismo do século 21 é integrar os elementos sociais, econômicos e ambientais e fazer com que todos saiam vencendo."
Ninguém sozinho vai resolver uma questão tão complexa. Temos de deixar de fazer ações isoladas para trabalhar em plataformas coletivas que tragam mais eficiência, impacto e resultado. No Brasil, encontramos resultados impressionantes e vamos mostrá-los no Fórum Mundial da Água.
As medidas de recuperação de natureza como as tomadas por Nova York precisam ser disseminadas no Brasil e no mundo. É o que estamos tentando fazer na Coalizão Cidades pela Água, uma plataforma de ação coletiva capaz de engajar o cidadão comum e os diversos atores. Hoje, a pessoa que abre a torneira acha que a água vem da torneira. Ela precisa enxergar a bacia hidrográfica, protegê-la e recuperá-la. É o que está acontecendo na Cidade do Cabo, na África do Sul.
G1: A Cidade do Cabo teme entrar no "dia zero" ainda neste ano e se tornar a primeira metrópole moderna do mundo a ficar completamente sem água. É ela o exemplo negativo?
Barrêto: Não diria que é negativo, porque teve Cidade do Cabo, São Paulo, Brasília... Essa crise abre uma janela de oportunidade para implementarmos soluções positivas. Nós da TNC, inclusive, temos uma iniciativa na Cidade do Cabo idêntica à que está sendo desenvolvida no Pipiripau e no Descoberto. Lá, temos de evitar o dia zero, mas, principalmente, olhar para o longo prazo, com a restauração das bacias hidrográficas.
G1: E é possível, mesmo diante do cenário desolador de hoje, que a Cidade do Cabo não chegue ao dia zero?
Barrêto: É possível. Isso passa pela gestão de governança e por uma resposta fundamental da sociedade, de reduzir ao máximo todo o tipo de uso de água, inclusive da indústria. Lá, eles têm 14 represas de superfície e dois aquíferos interligados.
Os fatores principais de lá, e que também acontecem no Brasil, são a precipitação média que se reduz enquanto a população aumenta quase 3% ao ano. Já é de quase 4 milhões de habitantes. Isso significa um aumento de 100 mil pessoas por ano.
Também há o problema das plantas invasoras (entenda o que elas são), responsáveis por roubar 10% do abastecimento de água da cidade, o que poderia atingir 400 mil habitantes. É um processo complexo, que merece ações de curto e de longo prazo. Mas insisto: abre uma janela de oportunidade.
Serviço
- 8º Fórum Mundial da Água
- Data: de 18 a 23 de março
- Locais: Centro de Convenções Ulysses Guimarães e Estádio Mané Garrincha, em Brasília
- Inscrições e mais informações: no site do evento.
É possível participar de todos os painéis, com o passaporte para os seis dias, comprar um passe para três dias ou adquirir passes diários.
O fórum foi criado em 1996, pelo Conselho Mundial da Água, para estabelecer compromissos políticos sobre os recursos hídricos.
O evento ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Quioto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.
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