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15/05/2017 07:54 horas .
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Carrie Lam toma posse e se torna a 1ª mulher a governar Hong Kong
A posse, realizada no 20º aniversário da transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, ocorreu em um dia marcado por protestos a favor de mais democracia na ilha.
Carrie Lam tomou posse neste sábado (1º) como chefe do governo regional de Hong Kong e se tornou a primeira mulher (e a quinta pessoa) a exercer o cargo. A posse, realizada no 20º aniversário da transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, ocorreu em um dia marcado por protestos a favor de mais democracia na ilha.
Lam jurou o cargo para governar Hong Kong pelos próximos cinco anos em uma cerimônia com a presença do presidente chinês, Xi Jinping. Em seu discurso de posse, Lam reconheceu que enfrenta "uma tarefa muito difícil", diante dos desafios que enfrenta o território.
Foi a primeira visita de Xi Jinping ao território como presidente chinês. Hong Kong faz parte da China, mas é uma região administrativa especial, com um sistema político e econômico diferente do resto do país. Foi uma exigência da Grã-Bretanha, quando devolveu o território à China após 150 anos de ocupação.
Duas décadas após a "devolução", ainda prevalecem na antiga colônia britânica liberdade de imprensa, expressão e reunião. Mas muito habitantes estão insatisfeitos com crescente interferência política e social de Pequim. Há uma crescente divisão política e social na ilha e um aumento do descontentamento dos jovens pelo alto custo de vida e pela falta de uma democracia autêntica.
Lam, de 60 anos, pediu "unidade" e se mostrou disposta a tomar medidas para que os jovens possam participar "mais" na tomada de decisões nesta região administrativa especial da China, onde a democracia e as liberdades têm limites.
A nova chefe do governo regional invocou o espírito "de Hong Kong" para seguir adiante, que se manifestou em momentos como a crise financeira do sudeste asiático de 1997 e o surto da síndrome respiratória severa e aguda (Sars, sigla em inglês), que causou centenas de mortos entre 2002 e 2003.
"Nunca perdemos a confiança no futuro de Hong Kong", afirmou a nova governante. Ela foi muito prudente ao prometer "garantir a aplicação do princípio 'um país, dois sistemas'", pelo qual Pequim permite em Hong Kong maiores liberdades políticas e econômicas em comparação com o resto da China.
Sua chegada ao poder regional coincide com o aumento das vozes e dos protestos dos que pedem mais democracia e até a independência do território. Lam ganhou as eleições de 26 de março, em uma escolha realizada por um comitê formado por 1.200 membros, no qual há forte influência de Pequim.
Os três candidatos tiveram que passar por um processo de seleção prévia, por isso partidos e movimentos democráticos consideram Lam, assim como seu antecessor Cy Leung, marionetes de Pequim.
A cerimônia de hoje ocorreu enquanto uma tentativa de protesto por parte de pequenos partidos políticos, que pedem uma democracia completa, foi impedida por grupos civis pró-China e depois por policiais. As forças de segurança retiveram durante várias horas alguns dos manifestantes, entre eles o secretário do Partido Demosisto, Joshua Wong.
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