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15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
Ex-ministro Geddel Vieira Lima divide cela com outros nove presos na Papuda
Transferido nesta terça para o Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília, ele tem direito a duas horas de banho de sol e quatro refeições por dia. Para defesa, prisão é 'desnecessária'.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima está instalado em uma cela com outros nove presos no bloco 5 da ala A do Centro de Detenção Provisória da Papuda, bloco 5, a chama "ala dos vulneráveis", destinada a detentos com curso superior.
Na cela, há quatro treliches (três camas sobrepostas), com 12 lugares, no total, um dos quais ocupado pelo ex-ministro.
Geddel Vieira Lima chegou à Papuda por volta de 13h30 desta terça-feira (4), transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para onde foi levado depois de ter sido preso em Salvador por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
Na Papuda, como os demais presos, Geddel tem direito a duas horas de banho de sol e quatro refeições por dia. As visitas são às sextas-feiras.
A defesa do ex-ministro diz que a prisão é desnecessária porque faltam provas contra o ex-ministro (leia detalhes mais abaixo).
Um dos aliados mais próximos do presidente Michel Temer e responsável pela articulação política do Palácio do Planalto até o fim do ano passado, Geddel foi preso nesta segunda-feira (3), em Salvador, por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
O peemedebista é suspeito de agir para atrapalhar investigações da Operação Cui Bono, que apura supostas fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal – o ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição financeira entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff, e, de acordo com as investigações, manteve a influência sobre o banco público desde que Temerassumiu a Presidência em maio de 2016.
A investigação se concentra no período em que Geddel ocupou o cargo de vice-presidente da Caixa. À época, ele assumiu o cargo na cúpula do banco público por indicação do PMDB, que era sócio do PT no governo federal.
A apuração do envolvimento de Geddel com as irregularidades cometidas na Caixa foi motivada por mensagens de texto registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba pela Operação Lava Jato.
O que diz a defesa
Após Geddel Vieira Lima ter sido preso em Salvador, o advogado Gamil Föppel – responsável pela defesa do ex-ministro – divulgou nota na qual afirmou que o mandado de prisão decretado pela Justiça Federal de Brasília é "desnecessário".
Segundo o criminalista, há "uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos".
Föppel também divulgou uma nota nesta terça na qual disse que, diante dos "frágeis documentos" que serviram de base para a prisão do cliente, a medida pode ser considerada desnecessária.
"Com efeito, a representação formulada pela autoridade policial se limitou a exercício de infundadas conjecturas, sem elementos concretos que pudessem lastrear as suas suposições, o que apenas evidencia a fragorosa falta dos pressupostos e requisitos autorizadores da prisão preventiva", declarou o advogado.
Demissão do governo
Ex-deputado e ex-ministro, Geddel Vieira Lima era um dos principais nomes do PMDB no governo Michel Temer até pedir demissão, em novembro do ano passado, depois de supostamente ter pressionado o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a liberar um empreendimento imobiliário em Salvador.
À época, o peemedebista negou que tivesse feito pressão sobre Calero. Mesmo assim, ele não resistiu à repercussão negativa do caso e acabou pedindo demissão.
Nesta segunda-feira, sem citar o nome de Geddel, Marcelo Calero disse no Twitter após a prisão sonhar com o dia em que, no Brasil, os "desonestos responderão por seus atos".
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