terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Helena Soares, rainha da Independente, disputa corridas de rali: 'Acham estranho eu sambar e pilotar'

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .

Estamos começando de 2018  com esperanças renovadas .
Amigos intendam por favor o que eu estou oferecendo a todos os países .
Ideias inovadoras e sustentáveis para os setor elétrico mundial sem precisar de represas para gerar muita energia elétrica com total preservação do meio ambiente com zero impacto ambiental basta ter um pouco de água .
Mas sozinho e sem dinheiro jamis conseguirei .
Estou aqui para tira qualquer duvida estamos perdendo um precioso tempo eu já estou com 60 anos de idade . 
Porto Alegre 04/01/2018 09:39 horas .
RGS Brasil .


Fonte de informação .

G1 globo.com

CARNAVAL

Helena Soares, rainha da Independente, disputa corridas de rali: 'Acham estranho eu sambar e pilotar'

Musa da escola da torcida do São Paulo diz ter sido abusada na infância: 'Sensação de culpa e medo'.

Por Bárbara Muniz Vieira, TV Globo, São Paulo
 
Helena Soares, 36 anos, não é só a rainha de bateria da Independente Tricolor. Ela é piloto de competições automobilísticas há 11 anos, disputando corridas de rali, e mãe de três filhos: Maiara, 20 anos, João, 17, e Luís Vinícius, 14. Ela teve de lidar com o preconceito do meio da corrida. “Lá pensam que é estranho eu ser piloto e sambar e na avenida acham estranho eu sambar e pilotar”, diz.
Estreando no Grupo Especial do carnaval paulistano, a escola de uma das torcidas uniformizadas do São Paulo aposta na força dessa rainha que já teve de lidar com preconceito e o trauma de ter sido abusada quando era criança.
Helena conversou com os filhos antes de dar esta entrevista. Ela queria que eles soubesse primeiro que ela foi vítima de assédio sexual quando era criança. “Eu tinha 6, 7 anos. A sensação é a de culpa e de medo. Isso interferiu bastante na minha vida. Por outro lado, eu quis dar uma criação diferente aos meus filhos. Eles me contam tudo. Eu sou muito atenta a cada sinal deles”, conta.
1) O que seus filhos acham de ter uma mãe rainha de bateria?
Eles não gostavam muito. Adolescente tem fases, né? Os meninos se incomodavam por causa do assédio, do colega dizer que eu sou bonita. Tinham ciúmes. Mas agora está tudo bem (risos). Inclusive eles já desfilaram junto comigo.
2) Você sofre preconceito por participar do carnaval?
Sim. Pelo fato de eu ser piloto de competição, no meio do rali as pessoas acham que eu uso minha imagem e quero me promover. Já passei por situação da pessoa achar que eu queria aparecer, sair em revistas. Claro que agrega porque chama a atenção no meio eu ser rainha, mas acham que a gente tem de abrir mão da vaidade para ser piloto, então é um contraste com o carnaval. Nas corridas pensam que é estranho eu ser piloto e sambar e na avenida acham estranho eu pilotar (risos).
3) Você já foi vítima de algum tipo de assédio sexual?
Na infância eu era molestada. Escondi isso da minha família por muitos anos. Há 4 ou 5 anos contei para minha mãe em uma conversa muito franca. A sensação é a de culpa e de medo. No meu caso, eu tinha 6, 7 anos. Eu sabia que era errado. Era um senhor que trabalhava como segurança em frente da minha casa. Eu ficava confusa. A sensação de qualquer tipo de abuso, seja de assédio ou violência doméstica é a mesma.
Vivemos em uma sociedade e muito machista, então é muito difícil abordar isso. Ele sempre tinha doce, brinquedo e acabava me atraindo. Na adolescência nos mudamos de lá e isso acabou. Com o tempo eu culpei minha mãe, tinha dificuldade de me relacionar com ela. Eu me sentia magoada por ela não ter percebido, não ter cuidado de mim. Só depois que a gente conversou que passamos a ter uma convivência melhor. Isso interferiu bastante na minha vida. Por outro lado, eu quis dar uma criação diferente aos meus filhos. Eles me contam tudo. Eu sou muito atenta a cada sinal deles. Não culpo mais minha mãe, porque ela também teve uma vida problemática com meu pai, que era alcóolatra e isso interferiu na atenção que ela podia dar para a gente. A culpa fazia com que eu não contasse de nada para ninguém.
4) Como você conseguiu lidar melhor com isso, Helena? Que conselho você daria para outras mulheres que passaram pela mesma situação?
Meu conselho é falar. Procurar alguém, falar com alguém, buscar ajuda. Eu guardei por muito tempo por culpa, vergonha, por achar que iam me apontar. É uma questão muito delicada. Temos de educar nossos filhos dizendo que certos lugares do corpo não podem ser tocados. Qualquer pessoa tem de falar e buscar ajuda porque só assim é que dá para superar. Isso me causou um dano emocional e dificuldade de me relacionar com a minha família.
5) No último ano milhares de mulheres romperam o silêncio e denunciaram assédios que sofreram nas suas vidas e no trabalho. O que você achou deste movimento?
Viemos em um processo de conquistas femininas em seu espaço, seja no trabalho, em casa. Antes as mulheres tinham vergonha, se achavam culpadas pelo assédio e pela violência. E está ganhando força a igualdade. Falar abertamente por situações como essas dá força para outras mulheres lutarem e saírem do polo da fragilidade e da culpa. Tive caso de violência doméstica na família e era um assunto tabu. Eu acho que falar sobre isso ajuda a evitar esse tipo de problema.
6) Como começou sua relação com a Independente Tricolor?
Minha relação com a Independente começou no carnaval de 2013 para o desfile de 2014. As agremiações mantêm uma relação cordial, aí me viram na X-9 como musa da bateria e me chamaram para ser rainha na Independente. Na época a escola estava no Grupo 1, que é antes do Grupo de Acesso. Então tem toda essa trajetória, estou com eles desde o Grupo 1. A gente acaba de adaptando e se familiarizando com o samba e entendi que não poderia continuar representando duas escolas, aí abracei a Independente como família e deixei a X-9, onde eu estava desde 2012.
Participo de toda a construção do projeto do Carnaval, vejo as coisas evoluindo nos bastidores. Desfilar na escola é ver se concretizando o trabalho do ano todo. Sinto muito orgulho e gratidão.
7) Como é a preparação para o desfile?
Com muito samba! Nos ensaios a gente aproveita para isso porque ficamos de duas a três horas sambando na frente da bateria. Acabo ganhando muito fôlego ali. E a gente faz parte do show, tem de corresponder, não pode parar. Ano passado eu saí toda cortada pelo costeiro e só vi depois, não me atrapalhou em nada. O pior que pode acontecer é a chuva, que acaba pesando mais na roupa. Mas todas as escolas estão sujeitas a isso e é nessa hora que a gente mostra mais garra e força de vontade.
8) A Independente vai contar uma história de terror usando os personagens mais famosos do gênero. O que você achou do tema da escola este ano?
Eu gosto de temas lúdicos. A aposta nesses temas tem trazido uma outra visão para nossa escola. Todo mundo espera características de ídolos de futebol e coisas relacionados a isso da nossa escola e a gente sempre traz samba-enredo que diverte. As pessoas se identificam e trazem a família.
9) O que você vai representar no enredo?
Eu venho carregando o símbolo dos guerreiros, que serão representados pela bateria.
10) Como é sua relação com o corpo na hora de desfilar? O que faz para evitar a celulite na avenida?
É um erro determinar esse padrão de que mulher não pode ter celulite. Por muito tempo eu não tive problema com isso, mas aos 36 anos já não tenho o mesmo pique para treinar e também devido ao meu trabalho não tenho mais tempo. A gente procura chamar a atenção para outras coisas na hora para disfarçar. Mostrando alegria, interagindo com o público... Não estou ali para mostrar meu corpo, estou ali para representar a bateria. Eu não fico chateada não se aparecer. Essa sou eu nesse momento.
     
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